quinta-feira, 28 de julho de 2011

Vida

Cheguei a casa.
Sabe bem voltar a casa.
Sinto que a minha vida, nas últimas quase seis semanas, foi uma montanha russa.
Ups and downs like a merry-go-round.
Emoções, experiências, conhecimentos, viagens, pessoas, reuniões, diversão, lágrimas, gargalhadas, afectos, homens, mulheres, abraços, olhares, cheiros, o arco-íris de Black-Hills, cores, rostos, pessoas, sons, sentimentos, sotaques, idiomas, pensamentos, frases, pessoas, alegria, tristeza, sabedoria, atitude, povo, ideias, vontades, blogue, medo, solidão, ansiedade, felicidade, amor, saudade, postais, preocupação, avó, aperto, memórias, culpa, estradas, rádio, livros, olhos, olhares, poemas, prédios, a espreguiçadeira na noite de High Line em NY, as estrelas, a noite, em que pensas?, lábios, vozes, pessoas, o cabelo despenteado da sem-abrigo "Miss Dallas" ao acordar, revolta, conformismo, cobardia, sociedade, energia, arquitectura, rugas, hábitos, hálitos, amigos, arte, histórias, bom, hamburgueres, aviões, suores, calores, calafrios, cidade, urbe, a roda gigante de Chicago, descalça, olhos fechados, "mereço?", lágrimas de felicidade, luz, tempo, mapas, danças, dançar, música, cantar, fotografia, verdade, sentir, temer, erros, entrega, pessoas, dor, o olhar fixo daquele prisioneiro em Stateville, o som da prisão, mensagens, palavras, esperança, sonhos, futuro, o sol da meia noite no Alaska, o silêncio, em que pensas?, o búfalo a atravessar a estrada, gargalhada, nudez, molhar os pés no Lago Michigan, correr de sapatos na mão, molhar o vestido, partir, pessoas, amizade, adeus, dor, palavras, promessas, saudade, voltar, casa. Eu.
Vida.
Viver.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Da série Futilidades Americanas 7

Os norte-americanos casam-se em qualquer dia da semana e a qualquer hora do dia. Ou da noite.



Casamento em Chicago, 22h, Julho 2011
(Fotografia Ana Catarina Santos)

Da série Futilidades Americanas 6

Todas (mas mesmo todas) as casas-de-banho nos Estados Unidos têm papel higiénico e estão realmente limpas.

Da série Futilidades Americanas 5

Os norte-americanos não seguram as portas depois de entrarem nos edifícios, nem olham sequer de lado para ver se vem alguém atrás deles.

Da série Futilidades Americanas 4

Os norte-americanos comem sempre apenas com um garfo (que usam na mão direita) como se fosse uma colher. Garfo e faca em cada uma das mãos, em simultâneo, é uma realidade inatingível.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Guilty or not guilty? Call, vote and win this cell phone

No dia em que aterrei nos EUA, há um mês, estranhei que fosse das poucas pessoas atentas ao tapete rolante onde as bagagens iam surgindo por detrás da cortina negra de plástico. As malas rodavam, abandonadas, mas a atenção dos passageiros do aeroporto de Dulles-Washington DC naquele dia fixava-se nos ecrãs da televisão. Vários grupos de pessoas amontoavam-se, de cabeça erguida, atentos ao folclórico “breaking news”. Como tinha estado fechada no avião durante várias horas pensei poder tratar-se de um atentado, uma explosão ou algo verdadeiramente grave. Aproximei-me e li qualquer coisa como “Casey Anthony’s Trial – not guilty”. Não percebi do que se tratava apenas pelo título, mas calculei que fosse assunto sério.
Passou um mês, percorri várias cidades e Estados norte-americanos e o caso continua a provocar “breaking news”. Bastam dois minutos de tv’s, rádios ou jornais e percebo que o caso de uma mãe que supostamente matou uma filha com violência e foi declarada inocente pelo tribunal é – e continua a ser um mês depois – o tema mais importante para a nação americana.
Há horas intermináveis de debates, fóruns, análise, comentários, etc. Há até concursos em que o telespectador participa, dá opinião sobre o caso (dita a sua sentença popular) e ainda pode ganhar telemóveis!
Há quem chame a isto “infotainment”; eu prefiro a expressão “dumbtainment”. E este é “O” tema que mais preocupa a maior economia do mundo através dos media.
Lembrei-me do chamado “caso Joana”, que tanta tinta fez rolar em Portugal. Critiquei, na altura, o comportamento dos media portugueses. Critico agora também o comportamento dos media norte-americanos. Talvez sejam mais as semelhanças do que as diferenças. E, apesar de tudo, acreditem que os media portugueses podiam dar lições de sobriedade aos norte-americanos, neste caso concreto. Ou isso ou então as tv´s portuguesas não têm dinheiro para oferecer telemóveis em primetime.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Na América profunda: o patriotismo e as bandeiras chinesas

Hoje o país parou: 4 de Julho, Dia da Independência dos Estados Unidos. Os americanos ficam loucos. É feriado nacional. Famílias saem para passear, milhares de carros, bicicletas, Harley Davidson com condutores sorridentes sem capacete, há estradas cortadas, centenas de polícias nas ruas, há fogo-de-artifício, rodas gigantes e carrosséis, pipocas, hotdogs, concursos de rodeo, de miss american wet t-shirt (muito popular nas redondezas, por sinal), concursos de miss cowgirls e até “de patriotismo”.
A cidade de Rapid City, a mais próxima do rancho onde estou alojada (a uma hora e meia de distância!), está a concorrer ao título nacional da cidade mais patriótica dos Estados Unidos. Em todo o Estado do South Dakota há literalmente milhões de bandeiras azuis e brancas: umas penduradas nas janelas, outras coladas nos postes, esticadas nas paredes, espetadas em bolos. Há balões com as cores nacionais, guardanapos, toalhas, pratos, meias, bonés, bandeirinhas portáteis nas mãos de toda a gente e estampadas em tudo o que é t’shirt: “USA in my heart”; “Love your country”; “Does my patriotism hurt you?”
Ainda não percebi se o voto para este concurso de patriotismo também é electrónico, mas sei que ninguém fala noutra coisa. Para não me olharem de lado, lá acabei por comprar uma t-shirt por 3 dólares e um chapéu à cowboy. Um sucesso! Tudo made in China. Isn´t it beautiful?

domingo, 3 de julho de 2011

10 Factos acerca do Alaska

1 – O Alaska é o maior Estado norte-americano em área. Mede mais de 1 milhão e 700 mil km2, quase 20 vezes o tamanho de Portugal continental;

2 – É habitado por cerca de 600 mil habitantes, tendo a menor densidade populacional do país;

3 – Os Estados Unidos compraram o Alaska à Rússia em 1867;

4 – 20% dos Alaskanos são indígenas; há 220 aldeias nativas no Estado do Alaska e 20 idiomas nativos reconhecidos;

5 – É um dos Estados mais ricos dos Estados Unidos em recursos naturais (principalmente petróleo): o petróleo representa 90% da riqueza daquele Estado;

6 – É, simultaneamente, um dos dez Estados mais pobres dos Estados Unidos, com índices de pobreza, em várias regiões, semelhantes aos do Paraguai;

7 – Cada cidadão do Alaska recebe desde o nascimento cerca de 1200 dólares por ano, como incentivo à fixação no território;

8 – O Alaska tem a mais elevada taxa de alcoolismo dos Estados Unidos;

9 – O Alaska tem a mais elevada taxa de violência doméstica do país: 60% das mulheres do Alaska já sofreram abuso sexual, violação ou violência doméstica;

10 – Os níveis de abstenção rondam os 60%; é um Estado Republicano.