domingo, 14 de setembro de 2014

Ao Absurdo

Nas primeiras vezes que saí à noite, guiada pelo meu irmão, fui ao Absurdo. Era ao Absurdo que queria ir nas primeiras guerras de adolescente, quando nem sempre os meus pais me deixavam sair. Ali ia com as minhas amigas e amigos para as noites loucas do Absurdo. A noite não começava ali, mas passava sempre por ali. Nem marcávamos local. "Encontramo-nos logo, lá?". Ou em plena Avenida, alguém perguntava: "já passaste por lá?" Claro. "Lá" era sinónimo de "Absurdo". 

Ali tive os meus primeiros namoricos. Ali ouvi as melhores músicas pela primeira vez. Ali cantei e dancei como se não houvesse amanhã. É um grande bar. Um espaço de amigos e convívio que agora fecha portas, quase ao fim de trinta anos. Em festa, a animar almas, desde 1988! 

O "Absurdo" vai fechar. O "meu Bar" vai fechar portas na próxima semana. O Absurdo, a par do saudoso Seagull, foi onde sempre mais gostei de sair à noite em Setúbal. Como diz o outro, "fui tão feliz no Absurdo"... Tantos e tantos anos...

A última vez que estive com o Tileu foi no Absurdo. O meu querido Tileu, amigo bom que já morreu. Dançámos e rimos tanto nessa última noite. 

As festas do volley. Imaginem uma equipa de mulheres adolescentes a celebrar vitórias e a amargurar derrotas no Absurdo. Uma festa. E as coreografias das danças. E as vozes de coro. E os discos pedidos. 

Tenho as melhores memórias das noites mais divertidas. Os Carnavais, as festas temáticas, as sextas, os sábados, os verões, a música, a animação, os sorrisos, os abraços, os amigos, os tombos, os degraus, as pistolas de água, o balcão, os espelhos, os brindes, os shots, o gin tónico quando ainda não estava na moda, todas as festas, a originalidade, os wc mais espectaculares, os porteiros, os barmen, tudo...

Obrigada por tudo! 

Merecem um enorme aplauso de pé por tamanha dedicação. Todos, mas principalmente o Espanhol (o "DDT"!) e o Jovi (Jovi Zind' House), o histórico e resistente DJ. 

Foi bonita a festa, pá! 



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